Com o objetivo de apresentar trabalhos de mulheres artistas catarinenses, o Festival Expancine – edição Mulheres Catarinenses – o estacionamento do MultiOpen Shopping recebeu a exposição, em Florianópolis/SC.
Entre os dias 8 a 11 de dezembro de 2020, o local recebeu uma exposição itinerante gratuita e que pode ser acompanhada virtualmente pelo YouTube.
Entre os dias 8 a 11 de dezembro de 2020, o local recebeu uma exposição itinerante gratuita e que pode ser acompanhada virtualmente pelo YouTube.
O objetivo é dar visibilidade para a produção feminina catarinense de diversos segmentos e valorizar a cultura. Assim, a entrada do Multi tornou-se uma galeria ao ar livre com arte projetada em uma van que ficou estacionado no local.
Com realização da Expancine Produções, o projeto conta com o apoio do Multi Open Shopping, SCultura em Sua Casa, Fundação Catarinense de Cultura, Governo Federal e Zen Telecom.
Com realização da Expancine Produções, o projeto conta com o apoio do Multi Open Shopping, SCultura em Sua Casa, Fundação Catarinense de Cultura, Governo Federal e Zen Telecom.
Dezembro/2020
Trabalhos selecionados
"Se eu fosse eu" - Texto extraído do livro “A Descoberta do Mundo”
Clarice Lispector, 1984. Editora : Rocco; 1ª edição.
Clarice Lispector, 1984. Editora : Rocco; 1ª edição.
“Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase “se eu fosse eu”, que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor sentir.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto, já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro. “Se eu fosse eu” parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos emfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais"
Não vou te esquecer, vou te celebrar

Ilustração em Fotografia Pinhole, 2019
Uma maneira de cicatrizar e confortar o luto e a dor da partida da minha melhor amiga. Franciele Gasparini foi jornalista e fotógrafa do jornal curitibanense "A Semana" e escreveu crônicas, colunas e matérias durante 11 anos, além de fotografar e trabalhar de forma independente. Essa mistura de fotografia analógica impressa com desenhos digitais, é o brilho eterno de uma mente sem lembranças, onde registrei ela durante um workshop de processos de fotografia Pinhole que fizemos juntas, com desenhos inspirados na música "O tempo é sua morada" da banda Francisco, El Hombre.
"Escrevo na esperança de que minha mensagem chegue. Flutuando, como o vento. Ou ultrapasse as nuvens onde você me vê. "Depois do céu, tem outro céu. Sem estrelas. Espero que abra esse e-mail e sorria.” Eram essas as palavras dela na nossa última mensagem. E pra mim, é difícil encontrar palavras pra falar sobre a pessoa que mais me disse as palavras certas. Que segurou minha mão no escuro. Que sentiu frio na ponta dos dedos e borboletas no estômago junto comigo. Que foi intensa e imensa. Que foi minha lanterna e meu cais. Uma pessoa sensível, que sabia lidar com tanta indiferença e dor no mundo, mostrando o seu olhar sempre doce e sincero. O mundo hoje é mais cinza e melancólico, mas até nesses dias você me lembrava ver as gotinhas caindo na janela, pra entender a poesia . Me ensinou tantas coisas, inclusive isso: "Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso, e fui". Sinto saudade todos os dias da sua importância na minha vida inteira."
Inversos

Ilustração para Livro de poesias da artista e escritora Luciane Isabel, 2019
Ilustração para a capa do livro Inversos, da artista e escritora Luciane Isabel. Baseado na leitura prévia das poesias, que tem como temas as vivências, olhares e visões da escritora, criei uma ilustração com elementos presentes na Serra Catarinense, como araucárias, morros e céu estrelado. No rosto do desenho do personagem, para demonstrar o sentimento interior de reconhecimento causado pela escrita.
Todo um oceano

Colagem Digital, 2019

"A colagem torna o projeto uma proposta aberta, atravessada por referências variadas de artistas e amigos de diversos países latinos. Foi baseado nas letras das 6 canções autorais do álbum da Anna Zechini, para cada música há uma imagem tipo colagem com fotos de lugares por onde a ela viajou pela América do Sul.
Os principais registros vieram de dois momentos: o ensaio produzido pela fotógrafa Priscila Bonatto em Lages, na Serra Catarinense, com edição, recorte e ilustrações da Giselle Zart. A ideia foi a de era retirar o rosto em algumas imagens, causando a sensação de ausência e reconhecimento do público.
Musicalmente, foram explorados elementos de ritmos latinos, mesclando sons orgânicos com referências eletrônicas. Esteticamente, cada pessoa que contribuiu deixou um pouco de si, interferindo no projeto e criando em parceria."
Visualize o projeto completo + Assista os videoclipes
Visualize o projeto completo + Assista os videoclipes

"Todo um oceano" (Colagem Digital), 2019
A Última Chama

Ilustração para camiseta, 2015
Ilustração para camiseta de divulgação do curta "A Última Chama".
"Isolado do mundo um homem descobre que o passado pode ser um fantasma impiedoso. A rotina traz consigo a loucura e transforma as melhores lembranças em os piores pesadelos, um lugar onde até a morte caminha com cautela. Pode o amor ser mais forte que a morte? Pode ele resistir até que sua última chama sobreviva?"
Assista: "A última chama" www.facebook.com/aultimachama
"Isolado do mundo um homem descobre que o passado pode ser um fantasma impiedoso. A rotina traz consigo a loucura e transforma as melhores lembranças em os piores pesadelos, um lugar onde até a morte caminha com cautela. Pode o amor ser mais forte que a morte? Pode ele resistir até que sua última chama sobreviva?"
Assista: "A última chama" www.facebook.com/aultimachama
Cubehead

Fotografia Digital, 2016
Fotografia digital baseada na música "Around My Head" da banda Cage the Elephant.
"VI don't think it's very nice
To walk around my head all night
You got me tangled like a braid, tied-twisted
I don't think it's fair
Do you?
You?"
"VI don't think it's very nice
To walk around my head all night
You got me tangled like a braid, tied-twisted
I don't think it's fair
Do you?
You?"
Amanita Muscaria

Fotografia digital, 2011
Fotografia baseada no livro de poesias "Menino do Mato"
do poeta Cuiabano Manoel de Barros.
"Passava os dias ali, quieto,
no meio das coisas miúdas.
E me encantei"
do poeta Cuiabano Manoel de Barros.
"Passava os dias ali, quieto,
no meio das coisas miúdas.
E me encantei"
Não termina assim

Fotografia Digital, 2013
"Resiliência impede de nos destruir, De golpe a golpe alguém precisa agir"
Fotografia tirada no momento soycial que vivíamos em 2013, título baseado música da banda Dead Fish "Não termina assim", do álbum "Ponto Cego".
Fotografia tirada no momento soycial que vivíamos em 2013, título baseado música da banda Dead Fish "Não termina assim", do álbum "Ponto Cego".
A dança das borboletas

Fotografia Digital, 2016
Fotografia inspirada na música "A dança das borboletas", de Zé Ramalho. Para muitos, "as borboletas" significam mudanças, transformação e metamorfoses. Mas interpretando a música, sinto que ele não se refere a elas. Esta musica foi produzida perto do fim da ditadura, então, a alusão seriam as pessoas com pensamentos liberais, e que "estão voado", que decidiram parar de se esconder no casulo para serem livres a sua maneira "A dança louca das borboletas" significa a forma diferente e inconsequente de pensamento delas.
"E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é"
"E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é"
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